7.1.11

Ministério da Cultura em 2011 terá 20% a mais do que em 2010


Mais de R$ 1,6 bi. Esse é o orçamento do Ministério da Cultura para o ano de 2011, que foi enviado ao Congresso Nacional. Esse valor representa um aumento de 20% em relação ao orçamento de 2010, orçado inicialmente em pouco mais de R$ 1,3 bi. Mas o valor investido na área ultrapassou os R$ 2,2 bilhões, pois emendas parlamentares garantiram um aumento de R$ 855,6 milhões.
Do total de R$ 2,2 bi, cerca de 80%, ou seja, R$ 1,8 bi fazem parte do chamado orçamento discricionário, que exclui os gastos obrigatórios (pessoal, dívida, precatório). Os valores disponibilizados para cobrir esses custeios não ultrapassaram os R$ 500 milhões.
Do orçamento inicial, de R$ 1,8 bi, R$ 942 milhões foram autorizados e R$ 827 milhões estavam empenhados em 24 de novembro. Ou seja, não haviam sido pagos, mas estavam reservados para provimento de ações, programas e políticas do Ministério.
Fundo Nacional de Cultura
Já o orçamento do Fundo Nacional de Cultura em 2011 será de mais R$ 326 milhões. Desde agosto, lei sancionada pelo então presidente da República Luiz Ignácio Lula da Silva, protege os recursos do FNC. O Ministério da Cultura conseguiu, em negociação com o Congresso Nacional, criar uma emenda protegendo o FNC de qualquer forma de contingenciamento.
Em 2007, foram disponibilizados R$ 472,8 milhões do FNC para serem investidos em programas e projetos culturais no ano de 2008. O valor investido em 2009 – aprovado em 2008 – subiu para R$ 523,3 milhões. No ano de 2010 – aprovado na LDO de 2009 – o Ministério da Cultura conseguiu R$ 898,1 milhões para o FNC.
(Marcos Agostinho, Comunicação Social/MinC)

13.11.10

A ARTE NA GUERRA

Meus compadres e minhas comadres.
Minha amiga Marville Palis, excelente flautista, chorona (toca chorinho), me mandou um post que exibo abaixo para mostrar o quanto a música é necessária nesse mundo modificado.

Mozart reduz criminalidade em shopping de cidade da Nova Zelândia

Alto-falantes com música clássica foram colocados no estabelecimento.
Ocorrências diminuíram de 77 por semana em 2008 para duas em 2010.

Um compositor do século XVIII está ajudando a polícia de uma cidade da Nova Zelândia a combater o crime, informou nesta segunda-feira (8) a agência de notícias nacional. Segundo uma reportagem do jornal "New Zeland Herald", a introdução de alto-falantes que tocam Wolfgang Amadeus Mozart e outras músicas clássicas em um shopping de Christchurch em junho de 2009 levou a uma diminuição na taxa de criminalidade.

Uma comparação revela que o número de ocorrências atendidas pelos seguranças diminuiu de 77 por semana em outubro de 2008 para apenas duas neste ano. Incidentes envolvendo drogas e álcool caíram de 16 em 2008 para zero neste ano, e o número de vezes que seguranças tiveram que ajudar lojistas com clientes problemáticos caiu de 35 para zero.

As estatísticas incluem, segundo a reportagem, incidentes atendidos em quatro ruas nas proximidades do shopping e dentro do estabelecimento. Segundo um oficial de polícia local, Gordon Spite, "a música tem tido efeito calmante."

2.11.10

Novo Fundo Nacional da Cultura levará 7 vezes mais verba ao setor

O novo Fundo Nacional da Cultura ampliará de R$ 40 milhões para R$ 296 milhões os recursos destinados à cultura. A informação é do secretário executivo adjunto do Ministério da Cultura, Gustavo Vidigal, que participou dia 20 de outubro da reunião do Conselho Nacional de Política Cultural na qual foi estipulado o aumento.

Vidigal disse que, além do aumento dos recursos, o fundo possibilitará maior participação da sociedade civil. “O orçamento será gasto através de editais públicos. Os comitês setoriais acompanharão a fiscalizarão e execução dos recursos”, afirmou.

Os recursos serão distribuídos em oito fundos setoriais, nas seguintes áreas: Acesso e Diversidade; Ações Transversais; Artes Visuais; Inovação Audiovisual; Circo, Dança e Teatro; Livro, Leitura, Literatura e Língua Portuguesa; Música; e Patrimônio e Memória.

Segundo o representante da área Acesso e Diversidade, Chico Simões, a sociedade civil está avançando nas discussões da destinação dos recursos públicos. “Há anos, revindicamos a participação da sociedade no uso dos recursos públicos. Antes, o dinheiro era usado como um balcão de negócios. Com este novo formato, a sociedade civil estará presente.”

Para o conselheiro do colegiado Teatro, Márcio Silveira, o mais importante é a possibilidade de participação dos diversos setores beneficiados. “Fomos consultados para a reformulação do fundo. O teatro nunca foi ouvido antes”, disse.

O plano de trabalho do Fundo Nacional de Cultura foi lançado dia 20 de outubro pelo ministro da Cultura, Juca Ferreira, no segundo dia de reunião do Conselho Nacional de Política Cultural.

Fonte: Agência Brasil

8.6.09

Adorno e a "música nova" do século 20

A história da música erudita no século 20 pode ser dividida em dois períodos: antes e depois de 1949. Foi neste ano – curiosamente na metade do século – que o filósofo e sociólogo alemão Theodor W. Adorno lançou sua obra emblemática "Filosofia da Nova Música" (Philosophie der Neuen Musik).

A expressão alemã Neue Musik (música nova) virou sinônimo de música erudita com conotação de música de vanguarda. Em português essa expressão é traduzida como “música contemporânea”. Ou seja, a obra de Adorno deveria chamar-se Filosofia da Música Contemporânea.

Mas, deixando de lado as terminologias, tentemos entender por que a reflexão musical de Adorno foi tão marcante para o destino da música erudita da segunda metade do século 20. Antes disso, passemos rapidamente em revista as transformações ocorridas na linguagem musical:

Do dodecafonismo à música digital

Tudo começou com a chamada “Segunda escola de Viena”, inaugurada pelo compositor austríaco Arnold Schoenberg (1874-1951) e seus dois principais alunos: Anton Webern (1883-1945) e Alban Berg (1885-1935).

No início do século 20, os compositores eruditos buscavam alternativas para substituir o sistema tonal, que marcara a história da música desde inícios do século 17.

Depois do período romântico, a música erudita estava num beco sem saída, e os compositores buscavam outros caminhos. Por exemplo, o impressionismo musical (Claude Debussy), o politonalismo (Darius Milhaud), as tendências nacionalistas (Béla Bartok, Villa Lobos) e, sobretudo, o atonalismo, praticado por Arnold Schoenberg no início de sua obra.

No início da década de 20, Schoenberg teve a grande idéia de inventar um sistema para compor música atonal: o dodecafonismo. Este sistema está baseado na utilização de uma série de 12 notas que, à maneira de uma célula, se reproduz e organiza assim toda a obra musical.

A música de Webern constitui a expressão mais radical da estética dodecafônica. Ao invés de melodias, suas obras são verdadeiras composições de timbres: ou seja, cada som é valorizado na sua individualidade. As músicas de Webern, extremamente curtas, se ouvem como cristais sonoros.

A partir da década de 50, o “serialismo” impôs-se como sistema de composição de música erudita. A princípio ele foi adotado de forma ortodoxa por compositores como o francês Pierre Boulez, o belga Henri Pousseur e o alemão Karlheinz Stockhausen. Posteriormente, por seus discípulos.

A ortodoxia da fase inicial do serialismo foi abandonada e as linguagens musicais se diversificaram em várias direções. Por exemplo: através da música eletrônica, do teatro musical, da integração de novas mídias como o computador, o rádio e a televisão, novas técnicas instrumentais e também, as contribuições da música popular, do jazz e das tradições musicais do mundo.

O compositor progressista e o reacionário

A Filosofia da Nova Música analisa os novos caminhos da música do século 20 no cenário de uma sociedade cada vez mais dominada pela cultura de massas. As novas mídias transformam não só a música, mas a concepção de obra de arte.

Esta questão já havia sido levantada por Walter Benjamin (1892-1940) no seu profético artigo de 1933 – A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Benjamin previu a ascensão da indústria cultural, o processo de comercialização da arte e a utilização dos objetos artísticos como instrumento de manipulação das massas.

Qual deve ser a posição do “artista” em relação à cultura de massas e diante do processo de banalização dos valores culturais? Esta é, precisamente, a questão colocada por Adorno no seu livro.

Sua resposta foi a seguinte: o compositor “progressista”, engajado com a própria arte, não tem outra alternativa senão a atitude negativa de opor-se a tudo que seja “fácil”, tudo que seduza, por assim dizer, a audição. Adorno defende o radicalismo de Schoenberg que, através do dodecafonismo, insurgiu-se contra o sistema tonal e contra o “ranço” da tradição, abrindo novos caminhos.

O compositor “reacionário”, na opinião de Adorno, é aquele que se deixa seduzir pela cultura de massas, buscando o sucesso através de fórmulas conhecidas a fim de agradar ao público. O russo Igor Stravinsky (1882-1971), compositor eclético que escreveu tanto obras arrojadas como peças tonais, tornou-se, aos olhos de Adorno, o exemplo emblemático do músico reacionário, comodista.

Música erudita e popular

A dicotomia entre Schoenberg e Stravinsky, que causou tanta polêmica, é hoje um problema resolvido. O mérito de Stravinsky é mais do que reconhecido e o de Schoenberg foi relativizado.

Mas o problema levantado por Adorno permanece, ainda hoje, como a questão fundamental da música erudita contemporânea. O século 20 ficará na história como o período em que a criação musical erudita isolou-se da cultura de massas, perdeu público e virou uma arte de elite. Isto aconteceu em todos os lugares: na Europa, nos Estados Unidos e também no Brasil.

Esta tendência contrasta drasticamente com a explosão da música popular no âmbito da cultura de massas. A música pop não é apenas um gênero musical, mas simboliza todo um processo de comercialização de atitudes, idéias e comportamentos.

No início do século 21, o que faz a diferença em relação à época de Adorno é a revolução tecnológica das mídias de comunicação e informação. O próprio conceito de arte está se transformando devido à sua simbiose com a técnica e o design.

O objeto artístico perdeu completamente a sua aura, fragmentando-se nas partículas sonoras, gestos e pixels das mídias e redes digitais. Novas formas de comunicação musical e metamusical estão surgindo neste processo.

O que será que Adorno diria de tudo isso?

Paulo Chagas

16.2.09

ARTE EXPLANADA: Segundo ano


A série de concertos comentados, ARTE EXPLANADA, em seu segundo ano de programação trás ao público uma agenda para 2009 que colocará Uberaba em sintonia com o calendário musical do Brasil.
A série é apresentada pelo grupo musical ACUAS-Ensemble que é formado por dois violinos, viola, violoncelo, contrabaixo, flauta e piano e ainda músicos convidados.
A série de concertos para 2009 será apresentada no último domingo de cada mês, excetuando os meses de abril e novembro onde ocorrerá nos penúltimos domingos, no Teatro Sesiminas, sempre no horário das 10:30h. da manhã, com ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00.

CALENDÁRIO DA SÉRIE ARTE EXPLANADA PARA 2009

19 DE ABRIL
NAS TRILHAS DO CINEMA
A história do cinema através das trilhas sonoras que marcaram época desde o cinema mudo aos tempos atuais.

31 DE MAIO
CAINDO NO CHORO
Apresentação do grupo ChoroCultura que será homenageado pelos seus 15 anos.
No concerto será contada a história desse gênero musical popularmente chamado de chorinho.
Com mais de 130 anos de existência é considerado a primeira música popular urbana típica do Brasil.

Participações especiais do Bandolinista TIAGO SANTOS e da flautista MARVILE PALIS.

28 de JUNHO
F. MENDELSSOHN
Comemoração do bicentenário de nascimento de Félix B. Mendelssohn, importante compositor do romantismo alemão do Século XIX, responsável também pela redescoberta da música de J.S.Bach.

Participação Especial: Sylvio Robazzi (piano)

26 DE JULHO
G. F. HANDEL
Concerto em homenagem aos 250 anos do falecimento de George Friedrich Handel.
Vida e obra deste que é considerado um dos mais importantes compositores da história da música universal.

30 DE AGOSTO
A CULTURA POPULAR BRASILEIRA
No mês em que se comemora o Dia Nacional do Folclore a série Arte Esplanada trás à público uma apresentação que remonta nossa história cultural desde a vinda do Romanceiro Ibérico.
O evento contará com as participações especiais de Véio da Rabeca (Jeziel Paiva) e Renato Gagliardi (Viola-Caipira).

27 DE SETEMBRO
A ARTE CONTEMPORÂNEA
A Arte do nosso tempo mostrada e comentada de forma acessível através de obras dos mais expressivos artistas do Século XX e as tendências e paradigmas para este século.

25 DE OUTUBRO
O BOM MAESTRO
Concerto comemorativo ao centenário de nascimento do Maestro e compositor Alberto Frateschi, fundador do Conservatório Estadual de Música Renato Frateschi de Uberaba.

22 NOVEMBRO
VILLA-LOBOS
Concerto em homenagem ao maior expoente da história da música brasileira pela passagem do cinquentenário de seu falecimento.

A série Arte Explanada é uma realização conjunta da ACUAS – Associação Cultural Antenógenes Silva e do CCJMB – Centro de Cultura José Maria Barra – SESI – Uberaba.